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Medalha do Pacificador

 

Embora eu nunca tenha pacificado coisa nenhuma e tenha antes passado os �ltimos anos a arranjar encrenca em cima de encrenca, o Ex�rcito Brasileiro, representado pelo Comando Militar do Leste, me conferiu no dia 25 de agosto —Dia do Soldado — a Medalha do Pacificador.

Habitualmente indiferente a aplausos e homenagens, estou profundamente comovido com essa honra que a for�a terrestre me concedeu, pois, numa na��o onde todas as institui��es v�m se desmoralizando rapidamente, entre vol�pias de autodestrui��o masoquista, o Ex�rcito brasileiro tem conservado bem alta a sua dignidade que, pensando bem, � a dignidade de todos n�s.

Quando assumi a defesa dessa dignidade contra os ataques que lhe desferiam uns sujeitos levianos e hip�critas, sempre soube que estes me chamariam de reacion�rio, direitista, servo do imperialismo, etc. Pois servos do imperialismo s�o eles, que, corroendo incessantemente a honra do Ex�rcito Nacional a pretexto de vingar ofensas praticadas por meia d�zia de oficiais trinta anos atr�s, acabam por colaborar servilmente com o projeto da Nova Ordem Mundial de desmontar as For�as Armadas da Am�rica Latina e transform�-las em pol�cias a servi�o do neodespotismo globalista, do feroz monopolismo que se arroga — valha-nos Deus! — o prest�gio do nome "liberal". E a Nova Ordem bem lhes retribui, fazendo chover sobre suas organiza��es e partidos toda sorte de pr�mios, incentivos, estip�ndios e subs�dios. Foi preciso que esta na��o descesse ao fundo mais obscuro da cegueira moral para que indiv�duos a soldo de pot�ncias estrangeiras tivessem o desplante de chamar de servo do imperialismo um defensor da integridade nacional. �, definitivamente, o reino da Novil�ngua.

Mas com os militares ainda se pode falar o portugu�s claro e dizer, sem medo de repres�lias ling��sticas, que dois mais dois s�o quatro, que as vacas d�o leite e as galinhas botam ovos, que imperialismo � imperialismo e Brasil � Brasil.

Estou cansado da lenga-lenga antimilitar que, nos c�rculos intelectuais, sempre foi emblema de bom-mocismo e sinal convencional da pretensa superioridade metaf�sica da gente de toga sobre a gente de farda. Nos �ltimos anos, s� entre homens fardados encontrei interlocutores sens�veis, inteligentes, informados, capazes de perceber as sutilezas da presente situa��o do Brasil no mundo, as quais escapam, no entanto, �queles doutores que por seu of�cio teriam a obriga��o de ser os primeiros a perceb�-las. � que esses doutores se esclerosaram e mumificaram no culto idol�trico do seu pr�prio passado, se debilitaram na nostalgia de utopias onde j� nem se distingue o cheiro do bolor e o do sangue, se corromperam at� � completa paralisia intelectual no v�cio deprimente do ressentimento e do revanchismo, enquanto os militares, com devo��o sincera, se renovavam, estudavam, pensavam, discutiam e zelavam pelo futuro do Brasil. Foi assim que a toga virou mortalha da intelig�ncia e os homens de farda assumiram as responsabilidades da classe intelectual moribunda.

Estou, portanto, muito orgulhoso e profundamente comovido por ter sido objeto dessa aten��o carinhosa que o Ex�rcito Brasileiro me devotou.

Que Deus lhes retribua, meus irm�os.

 

Olavo de Carvalho

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