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Nota sobre o livro de Marie-France James

Olavo de Carvalho

 

�������� Aos que ainda se interessem pelo epis�dio Fedelli, informo que da p. 305 do livro de Marie-France James, �sot�risme et Christianisme Autour de Ren� Gu�non (Paris, Nouvelles �ditions Latines, 1981) constam as seguintes palavras:

�������� �Au nombre des habitu�s du Caire [i. e., freq�entadores da casa de Ren� Gu�non], rappelons le Sheikh Abdel Razel, professeur de Philosophie Mussulmane, Martin Lings, un certain Paterson, universitaire anglais islamis� sous le nom de Sheikh Abu Bakr... Parmi les gu�noniens de passage, signalons dej� l�explorateur Marco Pallis, accompagn� du fils de Ananda K. Coomaraswamy...�

�������� Na verdade o Seikh Abu Bakr n�o era �un certain Paterson�, mas o pr�prio Martin Lings, este sim um aut�ntico �universitaire anglais islamis��.

�������� A identidade de Lings � novamente trocada na foto de capa, s� que desta vez ele aparece como Titus Burckhardt. Para tornar as coisas ainda mais confusas, algu�m com o nome de Burckhardt, mas que n�o me parece ser ele de maneira alguma, aparece na foto da p. 129 ao lado de Frithjof Schuon e Jean-Albert Cuttat.

�������� Obviamente a autora n�o conheceu Lings ou Burckhardt nem mesmo por fotografias, embora na �poca em que ela escreveu o livro o sr. Lings fosse um nome bem conhecido nos c�rculos acad�micos europeus, como diretor da Se��o de Manuscritos Orientais do Museu Brit�nico, e Burckhardt fosse um renomado editor de livros de arte.

�������� Outro personagem mencionado no par�grafo, o sr. Marco Pallis, teria podido, se consultado, desfazer todos esses erros. Como encontr�-lo? Fazendo o que eu pr�prio fiz quando precisei de uma informa��o dele: simplesmente pedi seu n�mero � telefonista de Londres e falei com ele. � quase inveross�mil que algu�m empenhado numa investiga��o s�ria sobre o c�rculo de Ren� Gu�non no Cairo tivesse se omitido de tomar precau��o t�o elementar. O sr. Pallis era a pessoa mais gentil do mundo, e um homem capaz de perder horas ao telefone com um desconhecido do Terceiro Mundo n�o teria decerto se negado a receber uma pesquisadora acad�mica europ�ia.

�������� Mais obrigat�rio ainda a um pesquisador cat�lico seria consultar o filho de Ananda K. Coomaraswamy, o dr. Rama P. Coomaraswamy, citado pela srta. James como freq�entador, junto com Pallis, da casa de Ren� Gu�non no Cairo. O dr. Rama � um conhecido te�logo que nas d�cadas de 70 e 80 lecionou num semin�rio cat�lico no Estado de New York e publicou v�rios artigos de pol�mica anticonciliar. Por tr�s da ferocidade pol�mica de seus livros, era um tipo bastante simp�tico e acess�vel, que sem nada saber de mim me recebeu em sua casa de New Haven em 1986 e teria feito o mesmo pela srta. James se ela consentisse em procur�-lo.

�������� O que me espanta na srta. James � que, t�o meticulosa ao informar-se sobre os meios cat�licos franceses, que constitu�am apenas o pano de fundo da sua narrativa, ela fosse t�o desleixada ao tratar do c�rculo de Ren� Gu�non, que era o pr�prio miolo do assunto.

�������� Tal � o motivo pelo qual, desde o ponto de vista puramente historiogr�fico, e independentemente do que se pense pr� ou contra Ren� Gu�non, julgo que o livro da srta. James n�o deve ser tomado �s pressas como fonte confi�vel de informa��es a respeito.

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27 de junho de 2001