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Notinhas deprimentes

Olavo de Carvalho
Di�rio do Com�rcio, 12 de julho de 2012

 

   

Aprovada a legisla��o gayzista, toda veleidade de distinguir entre uma mulher e um homem vestido de mulher ser� crime. A boutade de Groucho Marx, “Afinal, voc� vai acreditar em mim ou nos seus pr�prios olhos?” ter� virado realidade. Voc�s est�o preparados para viver num mundo onde as percep��es sens�veis mais naturais e espont�neas ter�o de ceder ante a fantasia do legislador?

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� dif�cil discutir ao mesmo tempo com gayzistas empenhados em impor ao pa�s as leis da Rainha de Copas e com crentes burros que n�o entendem a diferen�a entre o conceito de “natureza” usado num contexto religioso ou metaf�sico e o mesmo conceito tal como aparece na ci�ncia moderna. O empenho devoto que estes colocam em provar que o homossexualismo “� antinatural” – afirma��o que � verdadeira no primeiro sentido e falsa no segundo – contrasta de maneira pat�tica com sua total abstin�ncia de qualquer a��o efetiva contra a ascens�o do poder gayzista. Todos, sem exce��o vis�vel, deixaram a psic�loga Marisa Lobo enfrentando sozinha, no Congresso, uma multid�o enfurecida, enquanto eles, na seguran�a de seus lares, se deleitavam no sentimento de pureza doutrinal com que verberavam a antinaturalidade do homossexualismo em mensagens ao Facebook ou ao Orkut. N�o � de hoje que a afeta��o de rigidez moral � o disfarce perfeito da covardia e da omiss�o.

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Faz tempo que a “grande m�dia”, praticamente do mundo inteiro, se transformou em puro show business, alheio e at� hostil ao dever de informar o p�blico. Poucos fatos, em todo o universo, s�o t�o bem provados quanto aqueles, precisamente, que a classe jornal�stica em peso faz quest�o de ignorar, ou de s� reconhecer tarde demais, quando nada mais resta a fazer a respeito.

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Barack Hussein Obama elegeu-se presidente com documentos falsos. Sua certid�o de nascimento � falsa, seu cart�o de Social Security � falso, seu alistamento militar � falso. Especular onde ele nasceu � conjetura, saber se � eleg�vel ou n�o � mat�ria de controv�rsia legal, mas os documentos falsos s�o fatos brutos, vis�veis com os olhos da cara. A m�dia chapa-branca, que � a m�dia americana inteira, desviou a discuss�o dos fatos para as especula��es, e os pr�prios birthers ca�ram no engodo, insistindo em tentar vetar pela lei eleitoral um candidato que mais facilmente teriam enviado � cadeia por crime de falsidade documental. Napole�o ensinava que � preciso atacar o advers�rio diretamente e num s� ponto, o mais vulner�vel. Os birthers, iludidos pela classe jornal�stica maci�amente obamista, dilu�ram sua for�a de ataque, investindo contra o inimigo em terrenos onde ele desfruta de um estoque ilimitado de subterf�gios processuais.

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O PT � parceiro pol�tico das Farc e outras organiza��es criminosas. N�o h� como disfar�ar que � ele pr�prio, portanto, uma organiza��o criminosa. Digo isso h� mais de uma d�cada, e s� agora, pouco a pouco, a coisa come�a a se tornar vis�vel nos grandes jornais, acolchoada em mil e um eufemismos que lhe d�o ares quase que de inoc�ncia ang�lica. � um simulacro de jornalismo encobrindo, ex post facto, longos anos de cumplicidade passiva.

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A verdade, em geral, s� aparece quando o interesse pol�tico em ocult�-la se dissolve com o tempo, e o assunto passa das m�os de jornalistas mentirosos para as dos historiadores de of�cio. A�, mitos longamente consagrados acabam caindo como castelos de cartas, mas longe dos olhos da multid�o. Hoje sabe-se que Joe McCarthy foi at� modesto ao falar de oitenta agentes comunistas no governo de Washington, que os EUA jamais sofreram derrota militar no Vietn�, que a II Guerra Mundial foi de cabo a rabo um plano de St�lin para se apossar de meia Europa, que Alger Hiss e os Rosenbergs eram mesmo agentes sovi�ticos e at� que, da dupla Sacco e Vanzetti, s� o primeiro era inocente. Sabe-se disso e de muito mais, mas sabe-se entre especialistas, entre estudiosos, enquanto a massa continua se alimentando de lendas urbanas propositadamente fabricadas para a sua imbeciliza��o. � imposs�vel estudar esses e outros epis�dios do mesmo teor sem trazer � mem�ria os versos c�lebres de Murilo Mendes, que contrastavam “as lentas sand�lias do bem” com “as velozes h�lices do mal”.

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H� mais de uma d�cada sugeri, consciente de que pregava no deserto, que os coleguinhas jornalistas averiguassem nos Arquivos de Moscou os nomes das dezenas de profissionais de imprensa que em 1964, segundo o homem da KGB no Brasil, Ladislav Bittman, estavam na folha de pagamentos dos servi�os de intelig�ncia da URSS. Muitos desses indiv�duos ainda est�o por a�, pontificando nos jornais e na TV, e sendo ouvidos  respeitosamente como especialistas id�neos at� mesmo por organiza��es “conservadoras”. Ainda n�o decorreu, parece, o tempo que tornar� inofensiva a revela��o do seu crime.

Quando essa verdade, inutilizada pelo decurso de prazo, for finalmente liberada para divulga��o, todos saber�o tamb�m, tarde demais,  que a lenda da autoria norte-americana do golpe de 64, at� hoje cultivada como verdade de evangelho, foi inteiramente inventada no escrit�rio do pr�prio Ladislav Bittman mediante falsifica��o de uma carta do ent�o diretor do FBI, J. Edgar Hoover a um seu agente lotado no Brasil.

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Cinq�enta por cento dos que respondem a fatos e documentos com o ep�teto de “teoria da conspira��o” s�o charlat�es. Os outros cinq�enta s�o papagaios de pirata.


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