Natal proibido
Olavo de Carvalho
Embora 92 por cento dos americanos celebrem o Natal, qualquer festejo natalino est� proibido nas escolas p�blicas dos EUA. Mesmo a simples men��o verbal ao nascimento de N. S. Jesus Cristo deve a� ser substitu�da por alus�es neutras a �festas�. Infra��es s�o punidas com suspens�o ou expuls�o, para os alunos, e demiss�o, para os professores. O nome de Jesus, qualquer prece crist� e at� entrar no recinto com uma B�blia embaixo do bra�o est�o proibidos o ano inteiro em muitas outras reparti��es oficiais. S�o considerados viola��es da �separa��o Igreja-Estado�, preceito que n�o est� na Constitui��o mas que a fac��o mais esquerdista do Partido Democrata conseguiu impor ao Congresso na era Clinton, cavando um abismo entre os costumes populares e a regra oficial. A previs�vel rea��o de incredulidade do leitor brasileiro ante essas not�cias prov�m de uma s� causa: o Brasil est� separado dos EUA -- e, a rigor, do resto do mundo � por um muro-de-Berlim cognitivo cada vez mais imposs�vel de saltar. A m�dia brasileira em peso, entre l�grimas, descreve os mu�ulmanos nos EUA como um grupo perseguido e acuado. Mas durante o ano inteiro de 2002 as queixas de discrimina��o anti-isl�mica registradas -- quase todas de meros suspeitos de terrorismo interrogados pela pol�cia e liberados, e nenhuma com den�ncia de agress�o f�sica, demiss�o de emprego, priva��o da liberdade de palavra, etc. -- foram pouco mais de seiscentas. Para voc� fazer uma id�ia do que isso significa, seiscentos � o n�mero de advogados volunt�rios que trabalham para uma s� associa��o crist� de direitos humanos e mal d�o conta dos casos graves de discrimina��o anticrist� que lhes chegam diariamente. As amostras que tenho colhido na imprensa americana sobem a centenas de casos e est�o � disposi��o dos leitores que me escrevam a respeito. Mais ainda s�o as que constam do best seller �Persecution� do advogado David Limbaugh. Alguns exemplos: Crist�os indicados para altos cargos no governo federal t�m sido invariavelmente vetados pelo Congresso, sob a alega��o de que sua presen�a atenta contra a �separa��o de Igreja e Estado�. Ron Greer, pastor de uma comunidade evang�lica em Madison, Wisconsin, teve sua prega��o interrompida por gritos que vinham de fora da igreja. Foi averiguar e deparou com uma multid�o de manifestantes anticrist�os que, em aberta incita��o ao genoc�dio, gritavam: �Tragam os le�es!� Mildred Rosario, uma professora do Bronx, fez uma prece junto com a classe pela morte de um dos alunos, e foi demitida. O instrutor Simpson Gray perdeu o emprego por entrar na mesma escola com uma B�blia. Numa escola elementar de New Jersey, um menino foi punido por dar a seus colegas uns l�pis com a inscri��o �Jesus ama as criancinhas�. A C�rte de Apela��o local deu raz�o à escola. Em St. Louis, Missouri, Raymond Raines, aluno do quarto ano prim�rio, rezou em voz alta antes do almo�o na Waring Elementary School. Ganhou uma semana de suspens�o. Num programa da Nation Public Radio (esta��o do governo), o comentarista Andrei Codrescu exclamou: �A evapora��o de quatro milh�es de pessoas que acreditam nesse lixo (o cristianismo) faria do mundo um lugar melhor.� A Biblioteca P�blica de Meridien, Conn., retirou de suas paredes todas as imagens de Jesus Cristo, julgando-as ofensivas � comunidade isl�mica. No condado de Galveston, Texas, o juiz distrital Samuel B. Kent colocou policiais nas escolas p�blicas para que prendessem -- isto mesmo: prendessem -- qualquer estudante que violasse a �separa��o Igreja-Estado� pronunciando o nome de Jesus. Em inumer�veis mesquitas americanas, na TV e nas ruas, os imams vociferam impunemente apelos � guerra mundial contra o �Grande Sat�, mas o general William G. Boykin perdeu seu posto de comando por ter dito que a luta contra o terrorismo era uma guerra contra a falsa religi�o. Em muitas escolas p�blicas da Calif�rnia, a pr�tica da religi�o isl�mica � obrigat�ria, enquanto a da crist� � proibida; o aluno que diga uma palavra contra o Islam � for�ado a submeter-se a est�gio de �reeduca��o da sensitividade�, que inclui recita��es do Cor�o. No Canad� � pior ainda. O pastor John Hagee mostrou na esta��o CTS de Toronto um v�deo no qual imams mu�ulmanos, em plena Am�rica, pregavam abertamente a viol�ncia contra os judeus. Foi punido -- ele, n�o os imams -- por �violar o c�digo de �tica� da emissora. Mark Harding, um canadense acusado de falar contra o Islam, foi condenado a 340 horas de servi�o comunit�rio numa entidade mu�ulmana, incluindo leitura obrigat�ria de propaganda pr�-isl�mica. Nada disso foi jamais noticiado na m�dia nacional. Os EUA que o leitor brasileiro imagina conhecer s�o uma entidade imagin�ria, diversa e �s vezes inversa da realidade. Enquanto isso, a matan�a de crist�os no mundo isl�mico sobe a cifras assustadoras, sem que nenhum jornalista do Brasil, pa�s nominalmente crist�o, sinta o menor repux�o na consci�ncia por ocultar do p�blico esse genoc�dio sem fim. Paul Marshall, autor de Religious Freedom in the World: A Global Survey, informa que �desde que o Front Nacional Isl�mico tomou o poder nos anos 80, dois milh�es de sudaneses crist�os e animistas foram assassinados.� Na Ar�bia Saudita a religi�o crist� � formalmente proibida, enquanto no Ir� s� pode ser praticada em recinto fechado. |