A solução final
Olavo de Carvalho Primeiro, a popula��o foi levada a engolir, contra toda evid�ncia econ�mica, a balela de que a distribui��o de terras aos pequenos agricultores acabaria com a mis�ria no campo. Contornando o debate franco, condenando a priori as mais fundadas e razo�veis obje��es como pretextos malvados a servi�o de interesses vis indignos de aten��o, a tese conseguiu se impor sem dificuldade. Logo em seguida, pelos mesmos m�todos, persuadiu-se o p�blico a aceitar as invas�es de terras "improdutivas". Na terceira etapa, tratou-se de legitimar o MST, juridicamente inexistente, como entidade qualificada para embolsar bilh�es em verbas federais, com direito a us�-las a salvo de qualquer fiscaliza��o e sem nenhuma obriga��o legal expl�cita. Depois levou-se o povo a encarar como normais e decentes as invas�es de terras produtivas e a completa destrui��o de fazendas organizadas e rent�veis, enaltecendo como obra de caridade social a sua transforma��o em favelas rurais. Tratou-se ent�o de justificar o uso de meios violentos pelos invasores como ato de "resist�ncia" -- argumento que, embora baseado na invers�o da ordem temporal das a��es e rea��es, tamb�m foi aceito sem maiores controv�rsias. Mais adiante, os �rg�os de seguran�a que observavam discretamente o movimento foram condenados pela m�dia como quadrilhas de olheiros ilegais, enquanto a presen�a de espi�es do MST em todos os escal�es da administra��o p�blica n�o suscitava a indigna��o de ningu�m. Ent�o come�aram os bloqueios de estradas, as ocupa��es de pr�dios do governo, os seq�estros de funcion�rios p�blicos. Jamais punidos, tornaram-se um direito consuetudin�rio. A revela��o de que muitas terras tomadas pelo MST n�o estavam sendo usadas para fins agr�colas e nem mesmo como abrigos de desocupados, mas como campos de treinamento de guerrilhas, j� n�o suscitou nenhum esc�ndalo, nenhuma investiga��o: o Brasil estava pronto para aceitar tudo, tudo, desde que viesse com a chancela do MST, bandeiras vermelhas e posters de Che Guevara. Agora, por fim, o l�der do MST confessa que seu objetivo n�o � obter apenas terras suficientes para os camponeses pobres, mas dominar a agricultura brasileira inteira, extinguindo por completo os direitos de propriedade atualmente existentes e matando todos os fazendeiros: "A luta camponesa abriga hoje 23 milh�es de pessoas. Do outro lado h� 27 mil fazendeiros. O que nos falta � nos unirmos, para cada mil pegarem um. N�o vamos dormir at� acabarmos com eles." Um plano revolucion�rio e genocida n�o poderia ser exposto em termos mais claros, mas quem liga? Prometendo transformar o Brasil num Zimb�bue, a declara��o do sr. Stedile � criminosa em si, independentemente de que venha ou n�o ser traduzida em atos. Mas o Brasil foi adestrado para n�o perceber nada, n�o sentir nada, n�o pensar em nada. Em vez disso, prefere condenar os que percebem, pensam e sentem. Quem quer que ouse entender as palavras do sr. Stedile com o sentido que t�m ser� acusado de exagero paran�ico. Afinal, quando Hitler anunciou pela primeira vez a "solu��o final", toda a Alemanha tomou suas palavras como mera figura de ret�rica. |