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Leituras recomendadas - 65

 

A Difama��o de Pio XII

Joseph Sobran

http://www.lewrockwell.com/sobran/sobran189.html

http://www.oindividuo.com

 

Como milh�es de outros idiotas no mundo, tamb�m eu me deixei impressionar pelo livro de John Cornwell, O Papa de Hitler, que parecia dar respaldo historiogr�fico �s acusa��es lan�adas contra Pio XII pela pe�a de Rolf Hochhuth, O Vig�rio. Cheguei a dar eco a essas acusa��es num artigo em O Globo, coisa de que muito me arrependi, mais tarde, ao saber que o sr. Cornwell era um belo vigarista, capaz de gabar-se de pesquisar por anos a fio na Biblioteca do Vaticano, onde na verdade s� estivera duas vezes, e de apresentar como descobertas suas in�ditas alguns documentos que copiara de publica��es acad�micas. � verdade que a demonstra��o cabal da desonestidade de um pesquisador n�o impugna, por si, os resultados da sua pesquisa. Mas, desde logo, coloca-os sob uma suspeita bem mais fundamentada do que aquela que tentavam lan�ar sobre o personagem que investigavam.

Nem Hochhuth nem Cornwell s�o judeus. Se o fossem, poder-se-ia alegar em seu favor o atenuante do zelo patri�tico. Mas s�o apenas falsos crist�os, que querem semear a intriga entre a Igreja e os judeus mediante a dimafa��o de um homem inocente e santo. Um homem que os judeus conheceram e a respeito do qual deixaram os depoimentos reunidos no livro recente de Ralph McInerny, onde o jornalista Joseph Sobran recolheu as amostras transcritas neste artigo.

O leitor pode, portanto, escolher. Ou acredita naqueles que presenciaram a a��o de Pio XII durante a II Guerra Mundial, ou acredita naqueles que tentaram reconstrui-la a seu modo, seja pelos artif�cios da arte c�nica, seja pelos de uma historiografia fraudulenta.

Traduzo e publico aqui este artigo de Joseph Sobran em sinal de meu expresso arrependimento de ter dito qualquer palavra contra o grande Papa, confiado na pretensa autoridade de Hochuths ou Cornwells. � O. de C.

 

Nada, ao que parece, consegue dissipar a cren�a de que Pio XII manteve um �vergonhoso sil�ncio� em torno da persegui��o dos judeus durante a II Guerra Mundial. Mas Ralph McInerny, no seu livro The Defamation of Pius XII (�A Difama��o de Pio XII�), cita o que judeus, famosos ou n�o, disseram naquele tempo.

�S� a Igreja Cat�lica protestou contra o assalto hitlerista � liberdade�, disse Albert Einstein.

Em 1942, o jornal Jewish Chronicle, de Londres, observou: �Uma palavra de sincera e profunda aprecia��o � devida pelos judeus ao Vaticano por sua interven��o em Berlim e Vichy em favor de seus correligion�rios torturados na Fran�a... Foi uma iniciativa incentivada, honrosamente, por um bom n�mero de cat�licos, mas para a qual o pr�prio Santo Padre, com sua intensa humanidade e sua clara compreens�o das verdadeiras e mortais implica��es dos assaltos contra o povo judeu, n�o precisou ser incentivado por ningu�m.�

O Dr. Alexandre Safran, rabino-chefe da Rom�nia, escreveu em 1944: �Nestes tempos duros, nossos pensamentos, mais que nunca, voltam-se com respeitosa gratid�o ao Soberano Pont�fice, que fez tanto pelos judeus em geral... No nosso pior momento de prova��o, a generosa ajuda e o nobre apoio da Santa S� foram decisivos. N�o � f�cil encontrar as palavras adequadas para expressar o al�vio e o consolo que o magn�nimo gesto do Supremo Pont�fice nos deu, oferecendo vastos subs�dios para aliviar os sofrimentos dos judeus deportados. Os judeus romenos jamais esquecer�o esses fatos de import�ncia hist�rica.�

Quando os Aliados libertaram Roma, uma Brigada Judaica afirmou em seu Boletim: �Para a gl�ria perene do povo de Roma e da Igreja Cat�lica Romana, podemos afirmar que o destino dos judeus foi aliviado pelas suas ofertas verdadeiramente crist�s de assist�ncia e abrigo. Mesmo agora, muitos ainda permanecem em lares religiosos que abriram suas portas para proteg�-los da deporta��o e da morte certa.�

Um sobrevivente, citado num di�rio hebraico de Israel, disse: �Se fomos resgatados, se os judeus ainda est�o vivos em Roma, venham conosco e agrade�amos ao Papa no Vaticano.�

Um Comit� da Junta Judaica Americana de Bem-Estar Social escreveu ao pr�prio Pio XII: �Recebemos relat�rios de nossos capel�es militares na It�lia sobre a ajuda e a prote��o dos judeus italianos pelo Vaticano, pelos padres e pelas institui��es da Igreja durante a ocupa��o nazista do pa�s. Estamos profundamente comovidos diante dessa extraordin�ria manifesta��o de amor crist�o � tanto mais porque sabemos dos riscos corridos por aqueles que se prontificaram a abrigar os judeus. Do fundo de nossos cora��es enviamos a V. Santidade a express�o de nossa imorredoura gratid�o.�

Os veteranos de um campo liberado foram a Roma e apresentaram a Pio XII a seguinte carta: �Agora que os Aliados vitoriosos quebraram nossas cadeias e nos libertaram do cativeiro e do perigo, que nos seja permitido expressar nossa profunda e devota gratid�o pelo conforto e ajuda que Vossa Santidade se dignou de nos garantir com paternal preocupa��o e infinita ternura ao longo dos anos de nosso internamento e persegui��o... Ao faz�-lo, Vossa Santidade, como a primeira e a mais alta autoridade na Terra, ergueu sua voz universalmente respeitada, em face de nossos perigosos inimigos, para defender abertamente nossos direitos e a dignidade humana... Quando est�vamos amea�ados de deporta��o para a Pol�nia, em 1942, Vossa Santidade estendeu sua m�o paternal para nos proteger, e deteve a transfer�ncia dos judeus internados na It�lia, com isto salvando-nos da morte quase certa. Com profunda confian�a e esperan�a de que a obra de Vossa Santidade ser� coroada com sucesso continuado, expressamos nossos agradecimentos de cora��o e rogamos ao Todo-Poderoso: Que Vossa Santidade possa reinar por muitos anos na Santa S� e exercer sua ben�fica influ�ncia sobre o destino das na��es.�

Poucos meses depois, o Congresso Judaico Mundial enviou um telegrama � Santa S�, agradecendo pela prote��o dada �sob condi��es dif�ceis, aos judeus perseguidos na Hungria sob dom�nio alem�o�.

O rebino-chefe de Jerusal�m, Isaac Herzog, disse: �Agrade�o ao Papa e � Igreja, do fundo do meu cora��o, por toda a ajuda que nos deram.�

Moshe Sharett, um eminente sionista, resumiu assim sua entrevista pessoal com o Papa: �Eu disse a ele que meu primeiro dever era agradecer-lhe, e atrav�s dele a toda a Igreja Cat�lica, em nome do p�blico judeu, por tudo o que fizeram em todos os pa�ses para resgatar judeus -- para salvar as crian�as e os judeus em geral. Estamos profundamente agradecidos � Igreja Cat�lica pelo que ela fez naqueles pa�ses para salvar nossos irm�os.�

O Dr. Leon Kubowitzky, do Conselho Mundial Judaico, ofereceu uma vasta doa��o em dinheiro ao Vaticano, �em reconhecimento pela obra de Santa S� ao resgatar judeus das persegui��es fascista e nazista�.

Raffaele Cantoni, do Comit� Judaico de Bem-Estar Social da It�lia, afirmou: �A Igreja Cat�lica e o papado deram prova de que salvaram tantos judeus quanto puderam".

Essas nobres e comoventes palavras requerem poucos coment�rios. Registro-as aqui em honra de Pio XII, da Igreja Cat�lica e dos homens bons que as pronunciaram.