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Psicologia da KGB no Rio Grande do Sul

Carlos Alberto Reis Lima

 

Viol�ncia contra a inf�ncia�. Com este t�tulo a Zero Hora de 18 de maio de 2001 na sua p�gina de Opini�o nos brindou com uma das mais brilhantes pe�as escritas da psicopatologia ou da sociopatologia contempor�nea. O texto foi assinado por Suzana Braun, psic�loga e policial. Foi exatamente o que transpareceu: um texto que poderia perfeitamente ser atribu�do a um policial-psic�logo da KGB sovi�tica comunista ou um torturador s�dico da Gestapo da Alemanha nacional-socialista. Crueldade, frieza, indiferen�a, sociopatia. Tais os atributos destes assassinos e de quem considera a fam�lia e seu predicado de lugar sagrado, �um mito�, justamente algo que as civiliza��es, e mesmo antes delas, os primeiros grupamentos humanos primitivos, j� assim a consignavam. Dizer o que esta psic�loga-policial fascista disse, revela total indiferen�a quanto � verdadeira natureza, pura e primordial da fam�lia, por isso mesmo nuclear e esteio de toda e qualquer sociedade. Tal �lugar sagrado� confundido com um �mito� na �tica canhestra e doentia desta militante-cidad� �deve ser revisto�. Ou ela quis dizer destru�do?

Para esta mulher-policial, que presta um inestim�vel servi�o a uma ordem fria e ate�stica, t�o cruel e brutal como os estupradores que ela imagina combater, mas que n�o s�o outra coisa sen�o o resultado desta ideologia-cidad� totalit�ria, �certos lares s�o verdadeiras ditaduras familiares em viol�ncia sexual dom�stica�!� Para ela as solu��es s�o simples e prim�rias, o que condiz com a intelig�ncia de esbirros militantes de partidos totalit�rios: eliminar o �ltimo espa�o livre da sociedade, a fam�lia; o �ltimo liame �tico entre as pessoas sem a intermedia��o ass�ptica do Estado. Pensa ela justificar-se tal desatino porque imagina na estreiteza do seu esp�rito que a fam�lia deve sofrer a urgente interven��o de um Estado para coibir a viol�ncia. Al�m disso, tal Estado n�o deve recusar a ajuda de delatores os quais devem acion�-lo a partir de �setores da sociedade�, n�o identificados por ela. Esta sociedade, coerentemente com o pensamento mals�o da psic�loga-policial, n�o poder� ser� composta de fam�lias, ou indiv�duos livres, porquanto estes n�o devem existir mais em um futuro pr�ximo, mas sim por �cidad�os� formados no esp�rito da ��tica na Pol�tica�, a contrafa��o mais abjeta do m�nimo do que se possa entender por �tica. A �mobiliza��o da sociedade� contra a viol�ncia sexual contra crian�as, como quer a terr�vel doutora, � a arma com que ela pensa debelar tal mal. Mas pergunta-se: como pode uma sociedade amedrontada pelo abandono a que foi relegada por um Estado absolutamente hostil a qualquer forma de repress�o, mesmo �s leg�timas e constitucionais, servir ao prop�sito de proteger a si e as suas crian�as sem contar com a �ntegra e irrefut�vel dignidade da maior e primeira institui��o humana?

O que esta doutora n�o sabe e nem imagina � que tudo isto decorre do ass�dio sufocante do Estado neoliberal dos nossos tempos. Ao se retirar da economia, este Estado social-liberal, monstrengo moderno, que com dificuldade esconde a sua face totalit�ria, nos encharcou de direitos. Assim os prim�rios costumam chamar o instrumento mais atual de limita��o da liberdade que se conhece: direitos. A perda progressiva dos espa�os privados, trocados no balc�o das �garantias� legais, nos leva � viol�ncia p�blica da qual criminosamente tal Estado se eximiu de combater. Este � o despudor com que o Leviat� socialista-liberal, ref�m dos direitos de uma �cidadania� armada e feroz, fere a nossa realidade �ntima. Os estupradores maiores s�o os seus policiais, soldados e psic�logos. Como diziam os romanos desesperados com a f�ria assassina dos seus imperadores: quis custodie custodiem, quem guarda os guardas? Quem nos salvar� deste atentado � moral e � fam�lia, doutora psic�loga?

Amaral Ferrador, 20 de maio de 2001.

Carlos Alberto Reis Lima
m�dico
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