Leituras recomendadas 164
O Kerensky brasileiro e a Revolução de Outubro
tupiniquim
Por Paulo Diniz
Nos conturbados meses que seguiram-se a deposição do
Czar, um governo liderado pelo socialista Alexander Kerensky foi
estabelecido na Rússia.
Cheio de boas intenções, mas completamente equivocado
na essência de suas propostas, o governo Kerynsky escancarou
de vez as portas do poder para os bolcheviques de Lênin, na
chamada Revolução de Outubro. A
catástrofe que se seguiu, embora não tenha decorrido
unicamente da inépcia de Kerensky, poderia ter sido impedida
por ele.
Decorridas várias décadas do desastre, e guardadas as
devidas proporções, eis que surge o nosso
Kerenksy, o senhor Fernando Henrique Cardoso, e as
eleições de outubro estão com ar de serem a
nossa Revolução de outubro.
Com suas políticas esquerdistas e estatizantes, FHC
está pavimentando cada vez mais o caminho do poder para Lula
e seu grupo de socialistas e comunistas. Aliás, parece que
Fernando Henrique Cardoso está mesmo é trabalhando
para que o PT vença as próximas
eleições, e não o pífio candidato do
governo, o Sr. José Serra.
Para muitos, a política do presidente é
inatacável, em virtude de suas
preocupações com o social. De forma
arrogante, os representantes do governo federal apresentam as
estatísticas do que consideram sucesso do governo
FHC. Assim, a criação de inúmeras
políticas assistencialistas demagógicas é
transformada em preocupação com o social;
a destruição da educação pública,
como aconteceu em São Paulo, transformando as escolas em
creches, com a total quebra de autoridade dos professores (que
são agredidos diariamente), impedindo a punição
de alunos indisciplinados, com promoção
automática dos mesmos, é
preocupação com o social. Tolher as
atividades da polícia, durante sete anos, de todas as formas
possíveis também é uma
preocupação com o social. Também
deve ser uma preocupação com o social
pagar indenizações milionárias para
ex-terroristas, ampliar de forma imensa a carga tributária, e
conceder financiamento estatal para emissoras de TV em ano de
eleições. Gradualmente, os socialistas do Sr. FHC
impuseram leis e comportamentos que amaciaram os
brasileiros, tornando-os conformados com essa
situação, onde o cidadão, sem que muitas vezes
sequer perceba isso, só serve para pagar impostos e ser alvo
da criminalidade, delegando poderes cada vez maiores ao Pai de
todos, o Estado, para que este crie leis para interferir na
vida das pessoas de forma danosa.
O próprio presidente já declarou que governo é
isso mesmo: o Estado deve tomar impostos e redistribuir renda. O que
o nosso Kerensky esqueceu de dizer é
o que isso realmente significa: o Estado toma recursos dos poucos
que ainda podem produzir, e dá algumas migalhas aos
miseráveis, através das políticas
assistencialistas, ficando com a maior parte para sustentar suas
próprias estruturas, falidas e incompetentes.
Que tal se a diminuição de impostos para incentivar a
produção, redução dos gastos do governo,
e a proteção para a livre iniciativa, estivessem entre
as propostas de algum dos presidenciáveis?
Ou então, menos presença do Estado na vida das
pessoas, de todas as formas possíveis, exceto onde ele,
Estado, tem obrigação de participar?
Desnecessário dizer que, pelo retrospecto do PSDB, tal
situação só por milagre. Se o governo for do
PT, então, isso é impossível.A
solução, para variar, deve mesmo ser AUMENTAR, ainda
mais, os impostos, como, aliás, já insinuou o
candidato do PT. Só resta saber o que acontecerá
quando a galinha dos ovos de ouro (o contribuinte
brasileiro) tiver sido morta. De onde o governo vai
tirar a derrama que tem sustentado a periclitante
estabilidade econômica brasileira?
Entretanto, para muito esquerdistas, inclusive dentro do governo,
isso não é o bastante; ao contrário: é
necessário socializar mais e mais. A partir dessa
perspectiva, tornou-se muito difícil, senão
impossível, qualquer candidato não-esquerdista pensar
em vencer uma eleição presidencial. Aliás, pelo
que ocorreu com a governadora do Maranhão, vai ser
difícil para um candidato que não seja de esquerda
até mesmo disputar eleições.
E é com esse pano de fundo que o candidato do PT
avança rapidamente. Mais uma vez Lula volta ao cenário
político nacional como alternativa da extrema-esquerda ao
poder (sim, extrema-esquerda, pois a esquerda já está
no governo).
Após três investidas anteriores Lula, ao que tudo
indica, vai conseguir atingir o sucesso e vencer a disputa para a
presidência da República, quem sabe ainda no primeiro
turno, apoiado em uma bem orquestrada campanha de publicidade, onde
é vendido como um moderado aberto ao
diálogo com todas as forças políticas.
Dessa vez, ao contrário das ocasiões anteriores, o
candidato do PT está sabendo esconder muito bem sua total
falta de preparo para ocupar o maior cargo da nação,
bem como o extremismo de inúmeras correntes que formam o
Partido dos Trabalhadores.
Descontado esse aspecto, meramente cosmético, teriam ocorrido
mudanças, por exemplo, entre as forças que
tradicionalmente apóiam o candidato Lula? Creio que a
resposta é um sonoro NÃO.
Alguns exemplos disso são palpáveis, como o fato dos
petistas prosseguirem dando todo apoio ao movimento radical MST, que
é apresentado como legítimo representante dos
trabalhadores rurais, mas na verdade, é uma milícia
que recebe terroristas internacionais, como os narco-traficantes das
FARC e utiliza a violência, como demonstram as suas
ações. Aliás, as atividades do MST contam com o
apoio velado do Kerensky de Brasília,
notório por financiar o movimento com dinheiro do
contribuinte, e nunca pedir um prestação de contas do
que é feito com ele.
O PT também continua defendendo a submissão da
sociedade ao crime, como atestam as investidas insistentes de
comissões dos direitos humanos contra a polícia,
sempre que essa reprime a criminalidade com um pouco mais de energia
(o que está ficando raro hoje em dia). Exemplo recente disso
foi dado pelo Sr. Hélio Bicudo, que ao invés de cuidar
dos negócios do município de São Paulo, do
qual, para quem não sabe, é vice-prefeito, preferiu
criticar de forma totalmente irresponsável uma
operação policial contra criminosos num pedágio
em uma rodovia paulista. Como aqui no Brasil essas entidades
estão totalmente desmoralizadas, porque, via de regra,
defendem SOMENTE MARGINAIS, elas apóiam-se cada vez mais em
organismos internacionais, sobretudo da ONU, com suas propostas de
submissão nacional aos interesses de grupos políticos
e econômicos internacionais.
Também é necessário descobrir, exatamente, o
que pretende o PT no governo, ou melhor, como tenciona implantar o
seu plano de governo (ou seria carta de intenções?).
Mas a julgar pela equipe econômica de Lula, é bem
possível que a idéia de imposto de renda com
alíquota de 50% se torne realidade.
Mas o fôlego de gato do candidato petista
também se deve ao incansável trabalho de
inúmeros esquerdistas que militam na mídia e no
ministério público, que escondem de todas as formas
possíveis o ranço totalitarista e os desmandos do
partido, e tratam de lançar lama nos adversários reais
ou prováveis do PT.
Por exemplo: qual emissora de televisão está dando
cobertura aos rumos que o governo neo-estalinista do Rio Grande do
Sul está tomando, ou do desgoverno da prefeita de São
Paulo? Para se ter uma idéia de como anda o governo da
capital paulista, existe um projeto na câmara dos vereadores,
de autoria da prefeita, prevendo a contratação de
estrangeiros para trabalhar na prefeitura. Quem sabe, os petistas
pretendam contratar algumas centenas de assessores
cubanos, colombianos (das FARC, obviamente), ou alguns dos
inúmeros militantes esquerdistas europeus e norte-americanos
desocupados, para ajudarem no governo popular de
São Paulo?
E nas relações internacionais, o que será que o
PT propõe? Aproximação com países
democráticos e modernos como a China
e Índia, com aqueles pilares econômicos e
democráticos da América Latina, Cuba e
Venezuela?
Infelizmente, caso o PT chegue ao governo, salvo um grande engano, o
Brasil pode se preparar para perder pelo menos uma década
economicamente. Isso se o país não se tornar uma
Colômbia ou Angola em grande escala. E o pior, como lembrou de
forma apropriada o advogado Alceu Garcia em um artigo recente,
é que não teremos nem a opção de
fugirmos de bote para Miami, como fazem os cubanos.
E enquanto a casa estiver caindo, assim como aconteceu
com o Kerensky russo, o nosso Kerensky brasileiro, quem
saber, estará desfrutando de uma sofrida
temporada no exílio, quem sabe na sua amada França.
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