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Leituras recomendadas – 143

 

Educação versus o Marxismo

Por Pedro Paulo Rocha
Curitiba, 28 de março de 2002

 

A influ�ncia da psican�lise tem sido consider�vel na educa��o. A vis�o psicanal�tica foi adotada, inclusive, pelos marxistas, que hoje dominam praticamente toda a �rea do ensino, n�o s� no pa�s, como em grande parte do mundo ocidental. Eles compreenderam que atingiriam melhor os seus prop�sitos, ainda que a longo prazo, se "fizessem a cabe�a" dos jovens.

Isto levou grupos que ambicionam subjugar as massas e incutir-lhes suas doutrinas, a ter, como objetivo priorit�rio, o dom�nio de todas as institui��es atrav�s das quais poderia controlar a vida intelectual da sociedade, em particular as escolas, universidades e a m�dia. Assim, a educa��o assumiu um cunho nitidamente pol�tico, alvo de todos os grupos sect�rios ou religiosos.

Um dos exemplos mais fragrantes se deve ao pedagogo Paulo Freire, que ficou famoso por seus m�todos, destinados preferencialmente � alfabetiza��o de adultos, em especial oper�rios e camponeses. Conforme revela o dominicano frei Beto, em pronunciamento por ocasi�o de sua morte, "a pedagogia que defende tem por fim a conscientiza��o". (*O Globo, maio/1997). O primordial n�o seria a alfabetiza��o, mas sim "a forma��o de uma consci�ncia das rela��es sociais", segundo exposto na sua obra "A Pedagogia do Oprimido", evidentemente ensinada sob a �tica marxista. Ou, como afirmou o padre J�lio Lancelloti, que oficiou a missa de corpo presente: "Paulo Freire nos ensinou que a educa��o � um ato pol�tico". Poder�amos melhor dizer, que transformaram a educa��o em um ato pol�tico, em que ela � usada para doutrinar politicamente o aluno.

Como resultado, a impressionante constata��o de que, nas d�cadas de 60 e 70, "n�o havia quarto de adolescente pequeno burgu�s, ou de filhinho de papai, que n�o tivesse na parede o rosto do Guerrilheiro Infeliz - Che Guevara - ao lado dos quatro Beatles". (* O Globo, 29/9/96) Situa��o induzida por seus professores, nas salas de aula. Ali�s a inexplic�vel atra��o que a rebeldia exerce sobre artistas, estudantes e intelectuais, "provocou a maior peregrina��o de celebridades � regi�o zapatista, situada em plena selva, no M�xico, e que se tornou a nova Meca da esquerda. Eles v�o se confraternizar com o �ltimo foco de resist�ncia armada ao neoliberalismo da Am�rica Latina". (* Globo 12/maio/96)

O mais surpreendente neste contexto de boas inten��es, e a exig�ncia destes "intelectuais" de se suprimir todo o tipo de censura, sob a estulta alega��o de preservar a liberdade de express�o. A conseq��ncia mais imediata � a divulga��o de t�cnicas de constru��o de bombas e atentados biol�gicos, atrav�s da Internet, propiciando a expans�o dos atos terroristas que, durante os �ltimos meses de 1996, passaram a amea�ar at� Curitiba e Rio de Janeiro.

Foi na Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro que o ex-terrorista Gabeira promoveu o "abra�o a lagoa", em defesa da "soberania nacional" e da "reserva de mercado", e contra os contratos de risco na explora��o do petr�leo. O deputado Gabeira, que participara do seq�estro do embaixador americano, � o eterno defensor de id�ias ex�ticas, como a libera��o da maconha, a oficializa��o do nudismo e o casamento entre gays. Naquela institui��o, durante a d�cada de setenta, foi promovida a maior persegui��o universit�ria aos professores que antagonizavam o marxismo. A��o por mim prevista, em carta dirigida em 1973 ao padre Mac Dowell, ent�o reitor daquela universidade, e em den�ncia intitulada "A j� n�o mais velada amea�a marxista", ambas ignoradas. O que lhe custou, pouco tempo depois, a demiss�o, por exig�ncia destes grupos, que cobraram o seu afastamento quando, tardiamente, pretendeu conter seus excessos.

O processo evoluiu "usando uma t�tica simples: expurgaram os advers�rios at� que eles constitu�ssem uma minoria e dai por diante passaram a resolver todas as quest�es pelo 'voto democr�tico', obedecendo altaneiramente a vontade da maioria". (JB 13/5/79) Iniciaram minando progressivamente as bases, alijando principalmente todos os professores militares, oriundos do IME, que tinham constru�do o Centro T�cnico Cient�fico, concluindo com a demiss�o daqueles que ocupavam cargos de maior destaque, como os professores Anna Maria Moog e Ant�nio Paim, do departamento de Filosofia, Aroldo Rodrigues, diretor do departamento de psicologia e Arthur Rios, diretor do departamento de Sociologia, a pretexto de restrutura��o do ensino. Foram afastados, inclusive, dois professores da �rea biom�dica que tinham sido citados no livro "Brasil Nunca Mais", como envolvidos em colabora��o com a repress�o pol�tica, um deles o Dr. Rubens Janini, numa condena��o sem julgamento e sem direito � defesa. Era a pr�tica do que se poderia chamar de "aplica��o unilateral da anistia", porque, simultaneamente, conhecidos terroristas, envolvidos em assaltos a bancos, seq�estros, assassinatos e guerrilhas, eram recebidos de bra�os abertos, em cargos de proje��o, por todo o pa�s.

Este � o grande perigo da inger�ncia pol�tica na educa��o: impedir que o aluno forme a sua pr�pria consci�ncia, robotizando-o e incutindo-lhe preceitos doutrin�rios.

N�o foi, portanto, � toa que as Igrejas cat�lica e metodista implantaram uma vasta rede escolar. Esse fator foi muito usado n�o s� pelos regimes totalit�rios, como foi o caso da Alemanha, onde os nazistas criaram a juventude hitleriana, e na URSS, em que o Partido Comunista controlava a educa��o com m�o de ferro. Mas tamb�m o �, disfar�adamente, por todos os grupos que ambicionam o poder. Se os marxistas j� haviam entendido isso, desde cedo, e se infiltraram no corpo docente das escolas e universidades, os psicanalistas n�o ficaram atr�s. Intervieram abertamente na educa��o, procurando introduzir seus conceitos.

Muitas lideran�as terroristas, por exemplo, s�o constitu�das, classicamente, por professores universit�rios. Yasuo Hayashi, o mais procurado l�der da seita Verdade Suprema, de 38 anos, foi Ministro da Ci�ncia e Tecnologia do Jap�o. Era o respons�vel pela fabrica��o do g�s sarin que, em 20 de mar�o de 1995, matou 12 pessoas e intoxicou mais de cinco mil, em um atentado no metr� de T�quio. O famoso terrorista Unabomber, procurado durante muitos anos por ser o respons�vel por in�meros atentados nos EUA, era nada mais nada menos que o professor universit�rio Theodore John Kaczinki. O sanguin�rio Pal Pot, que assassinou milh�es de pessoas no Laos, se formou no famoso Quartie Latin. Foi dos bancos das universidades sa�ram in�meros militantes do Tupac Amaru e do Sendero Luminoso, que abra�aram a luta armada, sob inspira��o maoista, no Peru.

O que leva um "intelectual", com forma��o superior, a praticar atos terroristas que atingem centenas de v�timas inocentes e encaminhar seus alunos para sendas tortuosas? A �nica explica��o talvez seja que "a atividade intelectual e cient�fica, em geral, estreita a mente, ao inv�s de alarg�-la, por for�a da crescente especializa��o dos fatos, conceitos e t�cnicas. A medida que eles se aprofundam, o seu alcance diminui".(* Christian de Duve - Poeira Vital)