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Leituras recomendadas – 135

 

Annus Gramscii

Por F�lix Maier
17 de mar�o de 2002

 

A imprensa tem o dom de trazer � baila, de tempos em tempos, os mesmos assuntos de sempre, em datas criteriosamente escolhidas. Com este tipo de propaganda maci�a e cont�nua, os jornais e as revistas esperam conquistar cora��es e mentes, especialmente dos mais jovens, que n�o presenciaram os "anos de dinamite" dos 60 e 70. Pela eterna repeti��o dos assuntos, sob o enfoque dualista de sempre, como conv�m � doutrina��o marxista, aos poucos parece que a sociedade brasileira est� se acostumando a comer gato por lebre, lambendo os bei�os com satisfa��o, pedindo at� repeti��o do prato. A verdade hist�rica, assim, est� se tornando mentira, a mentira um dogma.

Quando chega o 31 de mar�o, l� vem uma enxurrada de artigos tratando do contragolpe dos militares, e tudo o que seguiu depois, unicamente sob a �tica marxista: a luta do bem (eles) contra o maligno (os militares). Isso, quando n�o � apresentado um document�rio sobre o AI- 5, que foi decretado em dezembro de 1968, mas apresentado em 2001 pela TV Cultura (TV Lumumba?) no dia 31 de mar�o.

Chega o dia 19 de abril, e durante semanas � reprisada a novela do "massacre" de Eldorado do Caraj�s, a maioria dos artigos inocentando completamente aquela turba enfurecida do MST que atacou, qual ex�rcito de Brancaleone, um destacamento da pol�cia do Par�, acionada para desobstruir uma rodovia. O mesmo per�odo de abril � utilizado pelo MST para uma campanha acirrada na m�dia contra o governo, fazendo marchas da vagabundagem pelo Pa�s, assaltando pr�dios p�blicos e fazendo ref�ns, tomando fazendas e matando gado - quando n�o chegam a matar pessoas tamb�m. Um verdadeiro menu terrorista.

Para n�o deixar empalidecer a "m�stica" esquerdista, que deve ser continuamente polida para se tornar cada vez mais brilhante, as claques esquerdistas, unidas mais do que nunca na imprensa, quando n�o t�m � m�o um epis�dio recente para atacar, por exemplo, as For�as Armadas, requentam fatos ocorridos h� muito tempo, como a biografia de um guerrilheiro morto pelas for�as de seguran�a, em uma situa��o que sempre denigre os antigos defensores da lei, ou a morte de um Vladimir Herzog ou de um Manoel Fiel Filho, que todos os anos s�o lembrados com pompa e circunst�ncia, com p�ginas e mais p�ginas relatando os terr�veis "anos de chumbo". S�o bal�es de ensaio lan�ados no ar, de tempos em tempos, para aferir a "temperatura" e a "press�o" do momento pol�tico atual, de modo a garantir uma tranq�ila navega��o da espa�onave esquerdista. E para fazer apologia de terroristas.

Em 2001, voltou � pauta esquerdista a quest�o dos guerrilheiros do PC do B mortos na regi�o do Araguaia. Dizem os c�nicos esquerdistas que � para as fam�lias enterrarem seus parentes mortos, que merecem um sepultamento digno. Que � uma quest�o "humanit�ria". Pura encena��o. A maioria desses cretinos, nos anos 60 e 70, sa�ram por a� matando um monte de pessoas, em nome de uma ideologia que trucidou mais de 100 milh�es de pessoas, e nunca se penitenciaram em p�blico pelos crimes cometidos, ou pelo apoio dado a criminosos, no Pa�s ou no exterior. Nunca se empenharam em encontrar os ossos de milh�es de condenados que sumiram nos gulags sovi�ticos, por que se importariam com meia d�zia de ossadas perdidas no Par�? O �nico fato � que os ossos dos terroristas precisam ser encontrados, para serem esfregados nas fu�as das For�as Armadas.

Investigando documentos que versariam sobre a Guerrilha do Araguaia, procuradores da Rep�blica encontraram em Marab�, PA, documentos sigilosos do Ex�rcito, emitidos pela sua Escola de Intelig�ncia. O que fizeram os procuradores? Apuraram se havia alguma irregularidade nas cartilhas daquela Escola? N�o. Simplesmente chamaram um jornalista da "Folha de S. Paulo", Josias de Souza, para publicar a �ntegra de textos secretos que nunca poderiam ter vindo a p�blico.

E toda a c�nica imprensa esquerdista nacional ficou "estarrecida", o Presidente do STF se mostrou "perplexo", em saber que um �rg�o de Intelig�ncia do Ex�rcito faz espionagem, coisa que acontece em todos os pa�ses do mundo, seja com os CDRs cubanos, a CIA dos EUA, seja com o Mossad israelense ou o KGB russo atualizado. Conv�m esclarecer que o MST possui seu pr�prio servi�o de Intelig�ncia, a Intelig�ncia do Movimento (INTEMO), que tem por objetivo obter dados sobre quaisquer pessoas ou organiza��es que afetem os interesses do MST.

O PT tem a PTpol, trocadilho da palavra Interpol e da "pol�cia do PT", criado pelo ent�o Senador Esperidi�o Amin durante a "CPI dos An�es do Or�amento", em 1993. Amin estranhava a desenvoltura com que Jos� Dirceu apresentava documentos que s� um espi�o poderia fazer. Ali�s, Jos� Dirceu, atual presidente do PT, � especialista em informa��es, contra-informa��o, estrat�gia e seguran�a militar, com treinamento em Cuba, e fez parte do servi�o secreto cubano durante os governos militares. E vai receber uma bela "bolada" do Governo FHC por estes feitos, por conta da "persegui��o" sofrida pelos governos militares...

Hoje, a arapongagem � uma pr�tica comum em todos os setores da vida nacional, se proliferando pelo pa�s como gera��o espont�nea. At� a TV Globo tem diariamente um encarte de "araponganews" no Jornal Nacional, com rep�rteres travestidos de Sherlock Holmes, fazendo reportagens com filmadoras e microfones escondidos. Toda essa pr�tica il�cita n�o � contestada por �rg�os como a OAB, organiza��es de direitos humanos etc. Pelo contr�rio, ela � at� incentivada. Para esses, os fins propostos justificam os meios utilizados, abolindo-se qualquer no��o de �tica.

Por que, ent�o, os �rg�os de Intelig�ncia do Brasil iriam andar com capacetes com a inscri��o "SECRETO"?

Bem, prossigamos com o Annus Gramscii da esquerda brasileira, e com seus assuntos de sempre pautados em datas espec�ficas.

Passou o abril de Eldorado do Caraj�s do MST, passaram-se os meses de julho e agosto com os notici�rios dos documentos secretos surrupiados do Ex�rcito e publicados na imprensa. Vamos entrar em setembro. O que teremos em setembro?

- Dia da P�tria - diria o �ltimo patriota ainda existente no Brasil.

Que nada, 7 de setembro n�o � Dia da P�tria para a turma da canhota, apenas "dia dos exclu�dos". Nada de a popula��o se confraternizar, ir � rua com bandeirinhas para celebrar nossa nacionalidade. O que se v� s�o grupos cheios de �dio, que fazem um desfile alternativo, com punks, anarquistas e uma claque de estudantes, normalmente com a��es de vandalismo, todos incitados pelo MST, pelo PT, pela CUT e pela CNB do B, para que tenham �dio do desfile militar, ataquem as atuais institui��es brasileiras, que devem ser modificadas a seu gosto, o do totalitarismo socialista. Enfim, o 7 de setembro ser� utilizado pela esquerda apenas para que muitos brasileiros tenham �dio de sua pr�pria P�tria.

Depois do dia 7, tem tamb�m o 11 de setembro. Por que o 11 de setembro � um dia importante para a esquerda brasileira? Simples, � o dia do "mart�rio" de Salvador Allende. � tamb�m o dia em que a famigerada "Comiss�o dos desaparecidos pol�ticos" presenteou uma bolada de US$ 100,000.00 aos familiares de Lamarca e Marighela. Uma "a��o entre amigos" promovida pelo deputado Nilm�rio Miranda e outros colegas esquerdistas da Comiss�o a velhos camaradas de outrora. Depois dessa vergonha nacional, o dia 11 de setembro deveria ser o "dia da trai��o", como j� sugeriu o deputado Jair Bolsonaro.

Se Tancredo Neves foi "morto" no dia 21 de abril, para que sua morte coincidisse com a de seu conterr�neo Tiradentes, para que fosse santificado sem a necessidade dos estudos do Vaticano, com peregrina��es a seu t�mulo ocorrendo at� os dias atuais, por que a Comiss�o de Nilm�rio n�o iria homenagear a data do suic�dio de Allende, associando seu nome aos de Lamarca e Marighela, al�ados desde ent�o a her�is nacionais?

Em 2001, o 11 de setembro n�o foi o dia de Allende, Lamarca e Marighela. Foi o dia de intensa comemora��o esquerdista, com a derrubada das torres g�meas de Nova York e de uma ala do Pent�gono. Junto com palestinos da Cisjord�nia e de mu�ulmanos do Sul do Brasil, a canhota brasileira foi ao del�rio, espumando de satisfa��o.

E a� o Annus Gramscii apresenta a folhinha de outubro. Que ter� outubro, al�m da Revolu��o de Outubro, da R�ssia, que na verdade ocorreu em novembro de 1917? Outubro ter� o dia 8, dia de mais um "mart�rio" no calend�rio da esquerda latino-americana, a morte de Ernesto Che Guevara, na Bol�via, em 1967. Quem traiu Guevara? Foi a maldita CIA? Foi o pr�prio Fidel Castro que o mandou para a morte, com ci�mes do guapo l�der argentino? Ou foi sua amante, enviada pelo Comintern (URSS) para trair Che? Tudo isso ser� especulado nos jornais e nas revistas no m�s de outubro. S� nunca foi e nunca ser� especulado pela esquerda se os ossos de Che foram realmente aqueles encontrados na Bol�via, se foram feitos an�lises de DNA ou n�o para comprovar sua autenticidade, j� que foram rapidamente transportados para um mausol�u em Cuba, para que n�o fosse feita mais nenhuma pergunta. Exatamente como conv�m � mitologia esquerdista, seguidora da "m�xima de Ric�pero", de encobrir tudo o que lhe � adverso, de alardear tudo o que lhe conv�m, doutores e mestres que s�o na arte da desinforma��o.

E vem novembro, e vem dezembro, e algo sempre ser� escrito para manter a "m�stica" da esquerda latino-americana. E antes de janeiro chegar, antes que o Annus Gramscii volte a apresentar mais um F�rum Social Mundial, em Porto Alegre, para condenar o maldito capitalismo americano, muito j� se escreveu sobre os novos her�is brasileiros, criados durante essa "nova era" esquerdista que j� dura h� anos.

Nem calend�rio juliano, nem calend�rio gregoriano. Hoje, o Brasil adota o calend�rio gramscista, o Annus Gramscii com sabor de mojito e cigarro de palha messet�.

 

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