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Leituras recomendadas – 85

 

As madraças do MST

Ten Cel R/1 Osmar Jos� Barros Ribeiro
25 de outubro de 2001

 

Reportagem recentemente publicada numa revista semanal nos fala das madra�as, escolas existentes nos pa�ses isl�micos e basicamente destinadas ao ensino da popula��o mais pobre. Nelas, al�m da ministra��o de mat�rias b�sicas, � tamb�m feito o estudo do Alcor�o Sagrado, �nica lei existente naquelas na��es, haja vista substituir qualquer c�digo de Direito. Da� a import�ncia dos l�deres religiosos, a um s� tempo sacerdotes, governantes e juizes, conforme vemos em v�rias na��es, entre elas o Afeganist�o.Hoje, em boa parte daqueles pa�ses onde instalou-se o radicalismo religioso, as madra�as ensinam apenas o Cor�o e, deturpando seus princ�pios, impregnam os alunos de uma forma r�gida de pensar, transmitindo uma educa��o de fundo ideol�gico e voltada para a a��o contra aqueles considerados inimigos do Isl�. O resultado deste processo outro n�o � que a cega cren�a nos valores transmitidos pelos religiosos e o �dio irracional aos considerados como infi�is.

Tamb�m no Brasil j� temos nossas madra�as: s�o as escolas dos acampamentos e assentamentos do MST, em cujas paredes proliferam os retratos de L�nin, de Mao Ts� Tung, e de Guevara, representantes de uma ideologia que derrotou a si mesma, deixando o sangrento rastro das v�timas dos Gulags, da Revolu��o Cultural, dos tubar�es e das tormentas do Mar do Caribe.

Nestas �madra�as brasileiras� ensinam-se os valores de uma ideologia vencida, de uma luta sem sentido. E o mais assustador � que ainda n�o acordamos para o perigo que ronda nossas portas. Assistimos, como se n�o nos dissesse respeito, a forma��o de mil�cias armadas, a invas�o de propriedades particulares e de pr�dios p�blicos, a desmoraliza��o da autoridade, sem atentarmos para o fato de estarmos, com a nossa ina��o, validando o emprego da for�a para o alcance de objetivos esp�rios, tudo de acordo com os ensinamentos ministrados nas �nossas madra�as�.

Obviamente, se chegarmos �s �ltimas conseq��ncias, a lei e a ordem terminar�o por serem restauradas. Mas a que pre�o! Como afirmou o jurista Paulo Brossard em artigo recente, publicado no jornal �Zero Hora� de Porto Alegre/RS: Quando algu�m se arroga o direito de afrontar a lei em nome de opini�es pessoais, pol�ticas ou filos�ficas, abre o ensejo a que seus direitos fundamentais sejam igualmente violados.

Aqui, vale transcrever trecho de um par�grafo do artigo �A legaliza��o da viol�ncia�, publicado no jornal Folha de Londrina/Folha do Paran� (edi��o de 27 Out 2001), de autoria de Maria Lucia Victor Barbosa, soci�loga, escritora e professora universit�ria: o MST n�o ostenta a bandeira da reforma agr�ria justa e necess�ria, mas a da viol�ncia, da ilegalidade, do desmando, dos objetivos revolucion�rios ultrapassados que se ligam � mentalidade do atraso e mant�m o subdesenvolvimento.

At� quando suportaremos, autoridades e cidad�os, que nas madra�as do MST sejam incubados os ovos das serpentes com as quais o Movimento intenta envenenar-nos a todos?

Maring�, 25 de outubro de 2001