Introdução ao Método Filosófico 6 Encontros, com Olavo de Carvalho
A filosofia não é uma ciência, é uma técnica. Se uma ciência busca recortar um conjunto homogêneo de fenômenos e reduzi-lo a uma clave explicativa comum que possa ser confirmada ou impugnada por todos os pesquisadores interessados, o resultado dela é necessariamente uma série de sentenças articuladas entre si por nexos lógicos e referida ao mundo da experiência por um sistema de procedimentos de verificação. Uma técnica, ao contrário, reúne várias correntes causais autônomas e heterogêneas, irredutíveis a princípios comuns e unificadas tão somente pelo resultado a obter. Nenhuma técnica, por mais simples que seja, se reduz à aplicação de um princípio científico único. Nenhuma técnica, a rigor, se deixa explicar totalmente pela ciência. A técnica tem sua racionalidade própria, interseccionada com a da ciência mas não redutível a ela. O resultado do trabalho científico são afirmações abstratas válidas para um certo domínio previamente recortado segundo uma homogeneidade hipotética, que a investigação científica, se bem sucedida, transfigurará em homogeneidade tética, ou positiva, fundamentando na experiência, retroativamente, o recorte adotado de início. O resultado da obra técnica é um produto concreto (de cum crescior, “crescer junto) obtido pela articulação real, não ideal, de diferentes concreções parciais. A filosofia é uma técnica porque o resultado a que ela visa não é um conjunto de afirmações abstratas sobre esta ou aquela parte da realidade, nem mesmo sobre a “realidade como um todo”: é a capacitação do sujeito cognoscente humano individual para a apreensão concreta dos nexos entre conhecimento e realidade, apreensão sem a qual nenhum conhecimento, cientifico ou não, pode estar seguro de que faz sentido, nem de que seu objeto corresponde a algo no mundo real. Diante de qualquer conhecimento, a filosofia busca esclarecer:
Os componentes essenciais da técnica filosófica são: 1. A anamnese pela qual o filósofo rastreia a origem das suas idéias e assume a responsabilidade por elas. 2. A meditação pela qual ele busca transcender o círculo das suas idéias e permitir que a própria realidade lhe fale numa experiência cognitiva originária. 3. O exame dialético pelo qual ele integra a sua experiência cognitiva na tradição filosófica, e esta naquela. 4. A pesquisa erudita pela qual ele se apossa da tradição. 5. A hermenêutica pela qual ele torna transparentes para o exame dialético as sentenças dos filósofos do passado e todos os demais elementos da herança cultural que sejam necessários para a sua atividade filosófica. 6. O exame de consciência pelo qual ele integra na sua personalidade total as aquisições da sua investigação filosófica. 7. A técnica expressiva pela qual ele torna a sua experiência cognitiva reprodutível por outras pessoas. Todos os grandes filósofos do passado praticaram esse conjunto de técnicas e muitos se referiram a elas em suas obras, mas nenhum se ocupou em fazer delas uma exposição abrangente e sistemática. Fornecer um resumo dessa exposição, abrindo para os estudos de filosofia uma porta antiqüíssima que a maioria dos professores de filosofia ignora por completo, tal é o objetivo do presente encontro.
Programa do Curso
Encontro com Olavo de Carvalho - Introdução ao Método Filosófico, 29/09 a 04/10 de 2008, Colonial Heights, VA, EUA.
Saída do Brasil: 27/09 30 horas/aula com opção para continuar a viagem visitando os complexos Disney e Universal Studios, em Orlando, Flórida.
Retorno de Colonial Heights: 05/10
Aéreo¹: US$ 1.160,00 + taxas
(CWB/SAO/DFW/RIC/MIA/MCO/MIA/SAO/CWB) em até 5 vezes no
cartão de crédito.
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